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11.12.09

Teatro iídiche de Iasi

Em 26 de novembro, foi lançada uma emissão filatélica conjunta Romênia-Israel (imagem ao lado), dedicada a Avram Goldfaden (1840-1909), criador do primeiro teatro iídiche do mundo, na cidade romena de Iaşi.

Nascido em 1840 no vilarejo russo de Staro-Konstantin, Avram Goldfaden muda-se para Odessa em 1866, após concluir seus estudos na escola rabínica de Simferopol, onde inicia uma intensa atividade criativa como dramaturgo e poeta.

Em 1875 parte para Munique no intuito de estudar Medicina. Abandona os planos e, após uma breve estada em Cernăuţi, Golfaden muda-se para Iaşi, convidado a ser o editor de um jornal e a montar suas peças na qualidade de ator, autor, diretor e músico.

Em 19 de agosto de 1876, tem lugar a primeira representação do grupo de teatro iídiche por ele criado, que passa a realizar turnês por Odessa, Brăila, Galatz, Botoşani e Bucareste, onde ganha um palco permanente.

A partir de 1887, continua sua atividade teatral em Nova York com outros pioneiros do teatro iídiche, onde continua montando e compondo, com grande êxito, peças e musicais até a sua morte, em 1908.

Fonte: Romfilatelia

6.12.09

Briceni

Briceni (Brichon, Brichany, Бричень, Бричаны, Briceni Târg, Briceni Sat) é uma pequena cidade no norte da Bessarábia, hoje parte da República da Moldávia. (Na figura, divisão em distritos da província de Briceni, a mais setentrional da Moldávia, cuja capital é a cidade homônima.)

Em 1817, ela já contava com 137 famílias judias. Em 1897, detendo já uma das maiores comunidades judaicas da Bessarábia, Briceni abrigava 7.184 judeus, o que significava 96,5% da população.

No fim do século XIX, lá moravam 972 artesões judeus, em sua maioria peleteiros, que produziam e exportavam cerca de 25 mil casacos de pele por ano; ademais, 25 famílias judias se dedicavam à horticultura e à lavoura do tabaco, ao passo que 700 judeus eram trabalhadores diaristas.

Em 1924, lá havia 125 agricultores judeus cujas lavouras se estendiam por 64 km², parte delas arrendadas.

Em 1940, quando sua população judaica somava cerca de 10 mil pessoas, a cidade foi ocupada, junto com toda a Bessarábia, no contexto da II Guerra Mundial, por forças soviéticas, que confiscaram a maior parte dos bens particulares e da comunidade, utilizaram a sinagoga como celeiro e deportaram 80 líderes comunitários judeus para a Sibéria.

Em 1941, as tropas romenas reconquistaram a Bessarábia com o apoio do exército alemão, assassinando numerosos judeus. Judeus das cidades vizinhas de Lipcani e Secureni foram concentrados num ghetto em Briceni e, em julho, despachados para uma marcha da morte da qual poucos voltaram em 1945.

Conforme o censo de 2004, vivem hoje 8.765 pessoas em Briceni, das quais um número insignificante é composto por judeus.

5.12.09

Hotin

Numa posição privilegiada às margens do rio Dniester, Hotin (Chotyn, Chocim, Khotyn, Хотин) logo tornou-se um importante centro comercial, conhecido sobretudo pela fortaleza militar (foto), palco de sangrentos confrontos entre moldavos, turcos, austríacos e poloneses, que hoje pode ser visitada por turistas.

No passado, a cidade pertenceu ao Principado da Moldávia (1359-1812), à Bessarábia do Império Tzarista (1812-1917), à República Democrática Moldava (1917-1918), ao Reino da Romênia (1918-1940, 1941-1944) e à União Soviética (1940-1941, 1944-1991), hoje fazendo parte da região administrativa ucraniana de Chernivtsi.

Em 1897, somava 23.800 habitantes. Sua maior parte era formada por judeus e russos. É possível que os judeus tenham começado a se instalar na cidade já no século XV, a convite do príncipe moldavo Estêvão o Grande, que, interessado em desenvolver a economia do país, chamou significativas comunidades de judeus, armênios e gregos.

Após a I Guerra Mundial, Hotin se tornou a cidade mais setentrional da Romênia, a 283 km de Chisinau e a 554 km de Bucareste.

Em 1930, Hotin contava com 15.287 habitantes, dos quais 37,7% judeus, 36,6% russos, 14,8% ucranianos e 8,8% romenos. Embora industrializada, a cidade, por não estar conectada à malha ferroviária, transformou-se num centro de trocas para obter produtos dos vilarejos próximos: cereais, animais e produtos animais.

Em Hotin funcionavam 1 usina elétrica, 1 cervejaria, 1 fábrica de aguardente, 5 fábricas de óleo, 2 fábricas de confeitos, 1 fábrica de sabão, 12 moinhos, 1 pedreira de calcário, 3 fábricas de tijolos, 1 abatedouro, 7 agências bancárias, 1 hospital israelita e 17 sinagogas.

O regime soviético impôs modificações na composição étnica da cidade. Em 1959, sua população era formada por 72% ucranianos, 16% russos, 8% judeus e 4% romenos. Ao passo que a população romena foi deportada por ordens de Stalin em 1940 para o Cazaquistão, grande parte da população judaica foi exterminada durante a II Guerra.

Estima-se que em 2007 a cidade contava com 10.438 habitantes, dentre os quais cerca de apenas 10 judeus.