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5.7.10

São Petersburgo

No fim de junho tive a oportunidade de visitar a sinagoga de São Petersburgo, construída em estilo mourisco e neo-bizantino entre 1880 e 1888, após permissão especial do tzar Alexandre II, o primeiro a permitir que os judeus se estabelecessem oficialmente na cidade. Em reformas desde o ano 2000 graças à doação de US$ 5 milhões por parte da família Safra, há cinco anos ela foi reaberta ao público sob o nome de Grande Sinagoga Coral Edmond J. Safra.

Tive a ocasião de visitar também, no cemitério Tikhvin, ao lado do Mosteiro de Alexandre Nevski, o túmulo de Anton Rubinstein (1829-1894) - pianista, compositor, regente e fundador do Conservatório de São Petersburgo. Na excelente companhia de Tchaikovsky, Mussorgsky, Rimsky-Korsakoff, Glinka, Borodin e Balakirev, seu túmulo estava coberto por seixos deixados por visitantes que sabem de sua origem judaica.

Rubinstein nasceu num vilarejo do distrito russo da Podólia, hoje parte da Transnístria, república separatista da República Moldova. Antes que completasse 5 anos, seu avô paterno ordenou que todos os membros da família se convertessem ao cristianismo ortodoxo. Educado numa família que falava iídiche, alemão e russo, o converso Anton escreveria mais tarde em seu diário: Os russos me chamam de alemão, os alemães me chamam de russo, os judeus me chamam de cristão e os cristãos me chamam de judeu. Os pianistas me consideram compositor, e os compositores me consideram pianista. Os classicistas acham que sou futurista, ao passo que os futuristas vêem em mim um reacionário. Concluindo, não sou isso nem aquilo - não passo de um indivíduo digno de pena.

Fotos: do autor.

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